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Golpe do compartilhamento de tela do WhatsApp: veja como prevenir

O novo golpe do compartilhamento de tela do WhatsApp pode parecer inofensivo, mas é capaz de se infiltrar em dados sensíveis

Os golpes digitais evoluem constantemente, acompanhando as inovações tecnológicas e explorando o comportamento humano em ambientes virtuais. A cada novo recurso criado para facilitar a comunicação e o trabalho remoto, surgem também novas brechas para ações criminosas.

Aplicativos populares como o WhatsApp, usados diariamente por milhões de pessoas, tornaram-se alvos frequentes de fraudes sofisticadas. Os criminosos, cada vez mais criativos, manipulam emoções como confiança e medo para induzir as vítimas a erros fatais.

Nesse cenário, compreender como funcionam as novas modalidades de ataques digitais tornou-se essencial para proteger informações pessoais, financeiras e profissionais. Entre essas ameaças crescentes, destaca-se o golpe do compartilhamento de tela, que vem causando prejuízos expressivos.

O novo golpe do compartilhamento de tela do WhatsApp é perigoso. Veja como se proteger.
O novo golpe do compartilhamento de tela do WhatsApp é perigoso. Veja como se proteger. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / procred360.com.br

Como o golpe do compartilhamento de tela funciona?

O golpe do compartilhamento de tela utiliza recursos legítimos do WhatsApp para enganar as vítimas. Nele, criminosos entram em contato por videochamadas, se passando por representantes de bancos, do suporte técnico do próprio aplicativo ou até por familiares em situação de emergência.

Para parecerem confiáveis, muitas vezes usam números falsificados com prefixos locais, aumentando a credibilidade da ligação. Durante a conversa, criam uma situação de urgência, como uma cobrança não autorizada ou o risco de bloqueio da conta, para induzir a vítima a agir rapidamente.

Em seguida, os golpistas pedem que a pessoa compartilhe a tela do celular ou instale aplicativos de acesso remoto, como AnyDesk ou TeamViewer. Assim que o usuário aceita, eles passam a visualizar tudo o que aparece no dispositivo em tempo real.

Essa visibilidade permite que capturem informações sigilosas, como senhas, mensagens, códigos de autenticação e até dados bancários. Diferente de malwares tradicionais, esse golpe não precisa infectar o aparelho, pois o próprio usuário fornece o acesso acreditando estar resolvendo um problema legítimo.

Com esse controle visual, os criminosos conseguem sequestrar contas do WhatsApp, acessar aplicativos de bancos e realizar transações fraudulentas. Além disso, podem se passar pela vítima para aplicar novos golpes em familiares e contatos próximos, ampliando a rede de prejuízos.

A eficácia do golpe do compartilhamento de tela se baseia em três pilares da engenharia social:

  • confiança, construída pela aparência de legitimidade;
  • urgência, criada pela falsa emergência apresentada;
  • controle, que o criminoso conquista quando a vítima compartilha sua tela.

Casos semelhantes já foram registrados em países como Reino Unido, Índia e Hong Kong, onde uma vítima chegou a perder o equivalente a 700 mil dólares.

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Como se proteger do golpe do compartilhamento de tela?

Para evitar cair nesse tipo de fraude, é fundamental adotar medidas preventivas simples, mas altamente eficazes. O golpe do compartilhamento de tela depende mais da manipulação emocional do que de técnicas avançadas, por isso, manter a calma e a atenção é essencial.

  • Nunca compartilhe sua tela com desconhecidos: Jamais atenda pedidos de compartilhamento de tela vindos de pessoas que você não conhece, mesmo que afirmem representar bancos, operadoras ou plataformas digitais. Nenhuma empresa legítima solicita esse tipo de acesso por chamadas ou mensagens.
  • Desconfie de contatos que criem situações urgentes: Criminosos costumam usar o medo para induzir decisões apressadas. Sempre que receber uma ligação alarmante, desligue e procure o canal oficial da empresa antes de tomar qualquer atitude.
  • Evite instalar aplicativos de acesso remoto a pedido de terceiros: Softwares como AnyDesk e TeamViewer têm utilidade profissional, mas, nas mãos erradas, dão controle total do seu celular. Se alguém insistir para que você instale um desses aplicativos, trate isso como um sinal claro de golpe.
  • Nunca compartilhe códigos, senhas ou dados financeiros: Empresas sérias não pedem informações sensíveis por telefone ou mensagem. Caso alguém solicite esse tipo de dado, encerre a conversa imediatamente e denuncie.
  • Ative a verificação em duas etapas no WhatsApp: Essa função adiciona uma camada extra de segurança à sua conta. Para ativá-la, vá em Configurações, depois em Conta e selecione Verificação em duas etapas. Defina um PIN para impedir acessos não autorizados, mesmo que criminosos obtenham seus códigos de login.

Ao adotar essas medidas, o usuário reduz drasticamente as chances de ser enganado. A atenção constante e a desconfiança saudável diante de contatos desconhecidos são as melhores armas contra o golpe do compartilhamento de tela.

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O que fazer se for vítima?

Caso você perceba que caiu no golpe do compartilhamento de tela, é essencial agir rapidamente para reduzir os danos. O primeiro passo é interromper imediatamente qualquer acesso remoto, encerrando aplicativos como AnyDesk ou TeamViewer e desinstalando-os do dispositivo.

Em seguida, altere todas as suas senhas, especialmente as de e-mail, redes sociais e aplicativos bancários. Isso impede que os criminosos continuem acessando suas contas. Depois disso, entre em contato com sua instituição financeira e comunique o ocorrido, solicitando o bloqueio temporário de transações.

Também é importante avisar familiares e amigos, alertando-os para possíveis tentativas de golpes realizados em seu nome. Se sua conta de WhatsApp for invadida, envie um e-mail ao suporte do aplicativo informando o número do telefone afetado e siga as orientações para recuperar o acesso.

Por fim, registre um boletim de ocorrência na delegacia mais próxima ou use a Delegacia Eletrônica de Crimes Cibernéticos do seu estado. Reúna o máximo de provas possível, como capturas de tela, mensagens e registros de chamadas, para auxiliar nas investigações.

Além disso, mantenha-se informado sobre novos tipos de fraudes, acompanhando fontes confiáveis de tecnologia e segurança digital. Assim, você fortalece sua proteção online e contribui para disseminar a conscientização sobre o golpe do compartilhamento de tela.

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Nicole Ribeiro

Graduanda em Jornalismo na pela Universidade do Estado de Minas Gerais, formada em Letras - Português também pela UEMG. Redatora freelancer e revisora de artigos e textos acadêmicos. Apaixonada por gatos e pelo conhecimento.

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